A CONSTRUÇÃO (DES)CORPORIFICADA DO NARRADOR

UMA LEITURA DA OBRA A PASSAGEM TENSA DOS CORPOS DE CARLOS DE BRITO E MELLO

  • Vera LOPES Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)
Palavras-chave: Fazer literário. Autor. Narrador. Estratégias estéticas.

Resumo

Este artigo trata da construção de vozes na obra ficcional brasileira contemporânea A passagem tensa dos corpos, de Carlos de Brito e Mello (2009). Para esta reflexão, consideram-se certas estratégias estéticas expressivas que revelam esse momento histórico e se revelam nele, especialmente a construção de um diálogo entre vozes, quais sejam autor, narrador, personagem e leitor. Ficcionalmente, essas categorias se imbricam e assim se configuram como fatos literários, como efeitos de sentido produzidos no e pelo texto, pondo em relevo especialmente o sujeito ficcional narrador. Este, no exercício dos outros papéis, constitui-se permeado de reflexões acerca do fazer literário. Dessa forma, nessa obra objeto de reflexões, desenha-se uma proposta de evidenciar a construção literária como algo passível de contradição, pois, em seus capítulos, se manifesta um singular enquadramento dos sujeitos literários: a desconsolidação dessas figuras, em fuga do exercício de suas funções e um desconforto em relação a essa atitude de fuga da responsabilidade de decidir quanto ao papel a ser exercido. Esses dois movimentos servem à discussão sobre os estatutos do escritor e do narrador. Para tratar da relação entre essas categorias, tomaremos algumas considerações de Mikhail Bakhtin, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Luís Alberto Brandão Santos e Silvana Pessôa Oliveira.

Biografia do Autor

Vera LOPES, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Docente na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MINAS). Endereço eletrônico: <verasesamo@gmail.com>.

Publicado
2021-08-23