A IPUPIARA E ALÉM

PELA VOLTA DE UM HUMANISMO MONSTRUOSO NA ACADEMIA

  • Alessandro ZIR Dalhousie University, Halifaz, Canadá
Palavras-chave: Interdisciplinariedade na Academia. Estruturalismo Comparativo. Cultura visual. Imaginação. Monstros brasileiros.

Resumo

Parte-se do testemunho de uma experiência concreta de pesquisa interdisciplinar em ambiente universitário real, num contexto relativamente emblemático, da qual se retiram elementos para o diagnóstico de limitações do trabalho acadêmico atual: um sectarismo regressivo e (no caso das ciências humanas) a vigência estrita (em última instância reativa e arbitrária) de paradigmas historicistas e psicologizantes quanto à análise de fenômenos culturais. Para sair do impasse, propõe-se a retomada de perspectivas comparativas em sentido amplo, como as estruturalistas de Lévi-Strauss, e de concepções sui generis sobre a fantasia e imaginação, tal como as desenvolvidas no período da alta idade média no ocidente, cuja inesperada relevância atual (mesmo para abordagens de vanguarda como a "desconstrução") se destaca.

Biografia do Autor

Alessandro ZIR, Dalhousie University, Halifaz, Canadá

Alessandro Zir é doutor pelo Interdisciplinary PhD Program da Dalhousie University (Halifax, Canadá, 2009), onde Ian Hacking (honoraire au Collège de France, Holberg Prize entre outros) atuou como external examiner da sua tese. Tem publicações no Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Polônia e Portugal, incluindo livro, capítulos de livro, artigos, traduções e ficção. Apresentou trabalhos em simpósios internacionais em instituições como o Max-Planck-Institut für Wissenschaftsgeschichte (Berlim), a Norges Teknisk-naturvitenskapelige Universitet (Trondheim, Norway), a Universiteit Utrecht (Holanda), a Universidade Maria Curie-Sklodowska (Lublin, Polonia) e a Universidade de Lisboa. Sua pesquisa desenvolveu-se a partir dos Science Studies, com ênfase na relação entre retórica e racionalidade e teses da primazia da metáfora, voltando-se em seguida para os estudos literários e correntes contemporâneas de pensamento, como a semiologia e o pós-estruturalismo. Consciente de que a tradição filosófica e humanística tende a caducar se não é periodicamente retomada no que tem de mais forte, Alessandro tem buscado propor análises singulares de objetos concretos como os corpora científico-literários luso-brasileiros do início do período moderno, entre outros. Trabalha ainda com literatura comparada, e temas relacionados à opacidade da linguagem, ao caráter ambíguo das imagens e dos signos na cultura visual e cinema contemporâneo. Como tradutor possui mais de uma quinzena de livros publicados, dentre os quais se destacam o Satíricon de Petrônio e o Spleen de Paris de Baudelaire.

Publicado
2020-12-31