LITERATURA, LIBERDADE E DEMOCRACIA SOB AS LUZES DE ANTOINE COMPAGNON E JACQUES DERRIDA

Resumo

Ao refletir sobre a natureza política da literatura e as relações que esta mantém com a democracia, este ensaio coloca frente a frente os conceitos de “literatura” defendidos por Antoine Compagnon (para quem “a literatura é de oposição” e, portanto, enfraquece-se diante do “triunfo da democracia”) e por Jacques Derrida (que sustenta a ideia de que a democracia não pode ser pensada fora da possibilidade da literatura). Para Derrida, a democracia não implica em estabilidade política, mas em uma contínua chamada para o movimento que previne a sua atrofia. A literatura, portanto, em seu direito incondicional de estar atenta a todas as dinâmicas sociais, retratando-as, mantém a democracia sempre aberta, para o bem ou para o mal.