PERSPECTIVA SOBRE O DISCURSO POLÍTICO
Discurso e Argumentação na Contemporaneidade
Resumo
Esse artigo retoma a perspectiva do discurso como instrumento de poder, tendo a crise argumentativa, em torno da pandemia de 2019-2020, como pano de fundo da reflexão. Apresenta a concepção de discurso político na contemporaneidade, no exato recorte de quando se arrolam argumentos por uma “guerra de posições” em busca da “hegemonia”, originalmente, caracterizada na obra de Antonio Gramsci. Na análise, outros pensadores corroboram: de Ferdinand de Saussure, que centra o estudo da língua na estrutura sincrônica, às transformações políticas articuladas pelo estruturalista Michel Pêcheux, que inseriu a ideologia como problema central das formações discursivas de Michel Foucault, enquanto estratégias ideológicas que se estabelecem, ao pós-estruturalismo de Ernesto Laclau, que considera o discurso em seus aspectos linguísticos e extralinguísticos. A partir destes autores, nos perguntamos: Como um discurso político tem o poder de se universalizar, sem uma estrutura determinada? Dessa dialética entre formações discursivas e discurso, percebe-se a desintegração do tecido social, que remete à falha estrutural e à concepção do discurso político. Dos aspectos precários e contingentes, ressignificações irão validar o poder da argumentação no discurso hegemônico, teorizado por Laclau, na leitura pós-estruturalista, que fez o autor, da teoria gramsciana.