AS FUNÇÕES DO DISCURSO EPIDÍTICO NA POLÍTICA E A IMAGEM DE SI
Análise do Discurso da Cerimônia de Posse de Marcelo Déda
Resumo
Para Gumbrecht (2003), o discurso epidítico é também pragmático, ou seja, direciona para a ação. Desse modo, suas funções imediatas transcendem as de louvar ou censurar algo ou alguém. A partir da proposta do autor e de pressupostos da argumentação e da retórica, como os de Aristóteles (2011) e de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), retomamos, neste artigo, o discurso da cerimônia de posse do ex-governador sergipano Marcelo Déda, com o objetivo de refletir sobre as funções do gênero epidítico na sua relação com o éthos nesse discurso em particular. A partir da análise, percebemos que o sentido de festa enquanto comemoração e harmonia entre os participantes não existe na política, na medida em que os pontos de vista e os interesses são múltiplos e, muitas vezes, contrários. Nesse cenário, o éthos do orador assume um papel importante para garantir a adesão a determinados valores em nome de uma pretensa unanimidade.