UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE SUJEITOS E SUBJETIVIDADES NEGRAS NA LITERATURA BRASILEIRA
Resumo
Este texto desenvolve, dentro da perspectiva dos estudos discursivos da linguagem, algumas considerações sobre a produção literária contemporânea brasileira relacionada a uma literatura de identidades e discursos negros. Analisando, dentro dessa esfera enunciativa histórico-social, como essas identidades são construídas e reconstruídas na materialidade linguístico-discursiva de alguns de seus títulos. A partir de uma abordagem discursivo-desconstrutiva (CORACINI, 2010), pretende-se problematizar como nesses títulos/discursos, as representações subjetivas construídas por e a partir de outras mãos têm possibilitado modos outros de (se) conhecer, de pensar e de (se) relacionar com esses sujeitos/personagens/autores, que, cada vez mais, parecem reivindicar não só na voz literária, mas, sobretudo, na voz social, uma presença, que promova deslocamentos e, portanto, (re)(s)significações de uma metafísica ocidental, que ainda insiste em silenciar essas vozes, “prender sua respiração1”.
1 Referência simbólica (morte por sufocamento de um homem negro, George Floyd, por um policial branco nos Estados Unidos) e linguística do movimento mundial #VidasNegrasImportam e Movimento AR de combate ao racismo por meio da educação e da oportunidade de trabalho, lançado no dia 30 de junho de 2020, pela Universidade Zumbi dos Palmares e a AFROBRAS, em parceria com outras instituições e personalidades, que pretende publicar um manifesto com dez ações para garantir mais direitos para a população negra brasileira. Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/t/videos/v/universidade-zumbi-dos-palmares-lanca-manifesto-de-combate-ao-racismo/8662575/. Acesso em: 30 de jun. de 2020.