UMA ANÁLISE DAS MEMÓRIAS DE ANNE FRANK NA NOVELA GRÁFICA O DIÁRIO DE ANNE FRANK EM QUADRINHOS
Resumo
Objetiva-se, neste artigo, caracterizar a linguagem dos quadrinhos na obra O diário de Anne Frank em quadrinhos, de modo a possibilitar a construção dos sentidos nela presentes. Metodologicamente, foram feitos: um levantamento dos principais fatos ocorridos durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial; uma pesquisa bibliográfica sobre linguagem quadrinística, gêneros discursivos, diário e novela gráfica; uma interpretação por amostragem de O diário de Anne Frank em quadrinhos, de Ari Folman e David Polonsky, publicado pela Editora Record, em 2017. Observaram-se, após a análise, os seguintes aspectos: a) uso de legendas para expor a voz narrativa de Anne e balões-fala para retratar as interações verbais; b) presença de personagens fixas, apresentadas ao leitor antes da trama, cujas características foram ampliadas no desenrolar do enredo; c) multiplicidade de tempos e espaços (físicos e simbólicos); d) personificação do diário como figura feminina, a Kitty. Trata-se de uma HQ biográfica no formato de novela gráfica, pois apresenta a linguagem dos quadrinhos em sua composição, configurando uma sequência narrativa híbrida (imagem e palavra), que reconta a autobiografia em prosa de Anne, publicada em 1947, sob o olhar de novos autores. Portanto, o formato de novela gráfica constitui o suporte pelo qual a HQ biográfica foi publicada.