A VIVÊNCIA DOCENTE DE UM SURDO IMPLANTADO:
LIBRAS E O ENSINO DE PORTUGUÊS L2 PARA SURDOS NO CAS-PA
Resumo
Este artigo foi desenvolvido a partir da prática metodológica do professor surdo oralizado
para ensinar português escrito (L2) para surdos multiculturais no centro especializado em surdez (CASPa). O estudo está localizado no campo Socioantropológico. Como aporte teórico, utilizou-se Quadros
(2006), Salles (2004), Brito (1995), Quadros e Karnopp (2004), Skliar (2013) e Strobel (2009), que fazem
discussões sobre surdez, e Lacerda (2010), que aborda o ensino bilíngue nas classes regulares de ensino. Os
procedimentos metodológicos foram divididos em dois momentos: no primeiro, aula ministrada pelo
professor surdo e a seleção de materiais pedagógicos; no segundo, análise dos dados em
atividades desenvolvidas pelo professor. Com base nas atividades dos surdos, se pode apontar como o
docente trabalhou os três tempos verbais — presente, passado e futuro —, os substantivos e os adjetivos.
Levou-se em consideração o conhecimento da estrutura da Língua Portuguesa que os surdos tinham
da língua, como a oração com o verbo no infinitivo, e utilizou-se conhecimento para o discente reconhecer e fazer inferências para, posteriormente, apresentar as outras classes de palavras. A importância do trabalho
do docente surdo se justifica por estar diante de um público incomum que o identificou como
referência cultural surda por lhes ensinar através da Libras.