LAMENTOS: IDEOLOGIA E IDENTIDADE NACIONAL NA LUSOFONIA ANGOLA E BRASIL

  • Patrícia Mafra

Resumo

Busca-se, por meio deste artigo, refletir sobre o conceito de lusofonia, sobre questões identitárias e ideologia. No que diz respeito à lusofonia, de acordo com Bastos e Brito (2017), podemos definir como um conjunto de sujeitos que utilizam a língua portuguesa para a comunicação e que apresentam, assim, aspectos que evidenciam uma formação social europeia/portuguesa, fundadora de toda uma cultura que se apresenta tecida pela interculturalidade e mesclada em sua multiculturalidade. Dessa forma, elementos que definem a identidade nacional na lusofonia, especificamente, nas nações de Angola e do Brasil, serão analisados, a fim de responder aos seguintes questionamentos: As ideologias marcadas nos textos expressam a opressão do colonizador? Há marcas de identidade nacional nas canções analisadas? Para tanto, haverá a análise de duas canções que expressam lamentos nos países lusófonos Angola e Brasil sendo: Monangambé, de Angola, letra de António Jacinto e música de Rui Mingas, de 1962 e O lamento da lavadeira, do Brasil, de Monsueto Campos Menezes, em parceria com Nilo Chagas e João Violão, em 1956. Ambas as canções são marcadas por contextos sócio histórico-políticos semelhantes, apesar de Angola ainda pertencer a um processo de colonização tardio e o Brasil estar independente da colônia há mais de 130 anos. Há a consideração, de acordo com Pêcheux (1990), que a produção e interpretação dos discursos são influenciadas por representações dos lugares dos interlocutores e dos pontos de vista sobre os temas que esses lugares permitem que os participantes da interação assumam. Para tanto utilizaremos a teorias da Análise do Discurso de linha francesa nos pressupostos teóricos de Pêcheux (1990), no que diz respeito à ideologia, e Historiografia Linguística e Lusofonia em questões culturais e identitárias nos estudos de Bastos e Brito (2017), Bauman (2005) e Hall (2015).

Publicado
2019-12-19