EROTISMO, CORPO E SENTIDO NAS RELAÇÕES INTERSEMIÓTICAS DE HISTÓRIA DE O
Resumo
A tradução do livro História de O para o cinema surgiu em dois momentos: A história de O, e A história de Joanna. Nesses enunciados fílmicos, o corpo concretizado sofreu leves mudanças. Elas irão afetar, pela exposição do “corpo descoberto”, de maneira diferenciada, os espectadores, em que o implícito (a falta) e/ou o explícito (o excesso) surgem como modos de percepção dos corpos erotizados. A falta e/ou o excesso produz um efeito de sentido que coloca o enunciatário como parte ativa na recepção dos corpos alheios. Sob essa ótica, será examinado como o enunciador, vinculado ao erotismo, constrói simulacros de corpos em seus discursos e como tais corpos atingem o enunciatário, seja a partir do discurso fundador, a obra literária, seja por meio das traduções intersemióticas, pautadas pela distinção visual entre falta (softcore) e excesso (hardcore); bem como o efeito de sentido que tais categorias, no processo do voyeurismo, despertam no enunciatário ideal. A obscenidade, como estratégia discursiva, serve para indicar que o enunciador está interessado, fundamentalmente, no desnudamento do corpo e nos processos transformadores de sua atuação, enquanto ser sexual, diante de uma barreira social, enfatizando imagens que visam atrair (ou repelir) os olhares enunciatários por meio da libertinagem.