QUANDO O PRÓLOGO É MAIOR QUE A OBRA:

Um estudo sobre a obra de Theresa Margarida da Silva e Orta

  • Beatriz Amazonas CARDOSO FFLCH/USP
Palavras-chave: Prólogo. Desabafo feminino. Cânone. Escrita feminina.

Resumo

A leitura de Aventuras de Diófanes, da portuguesa Theresa Margarida da Silva e Orta, de 1752, instigou uma busca das estratégias utilizadas pela autora para elaboração da primeira obra literária, em prosa, em língua portuguesa, de autoria feminina. Sabe-se que a análise literária possui diferentes domínios, e que a leitura simples de um texto literário não dá conta do momento e do lugar em que é emitido o enunciado, ou ainda a identidade do autor e suas intenções. Neste artigo, partiu-se da ideia de que a comunicação, na produção literária, consiste em atrair a atenção do leitor para aquilo que o autor considerou de maior relevância. A leitura do Prólogo desta obra insinua um estado de alma que mescla os questionamentos sobre um Portugal historicamente abatido e sobre a difícil tarefa de ser escritora. Neste Prólogo, Theresa Margarida se atreve sair da sombra em que a História a colocara, e registra sua ousadia pelo uso de um instrumento de movimentação na literatura de aventuras, onde a liberdade de expressão lhe permite não se “acamaleoar”.

Publicado
2025-02-28