VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS E RESPEITO LINGUÍSTICO E SOCIOCULTURAL NO CAMPO JURÍDICO
Resumo
O artigo em pauta tem como base a Sociolinguística Laboviana (SL), a partir do recorte de estudos das variações linguísticas diatópicas (regionais) e diastráticas (sociais). Contudo, acrescentamos que nosso olhar não deixará de incluir influências da perspectiva da Sociolinguística Interacional (SI). Nesses nichos de estudos, podemos trabalhar com relatos de comunidades linguísticas variadas, verificando suas atitudes sociais para com a língua em comum, observando seu olhar para as formas de variação, as causas, as funções e a relação que se estabelece entre esses fatores. No Brasil, identificamos diferenças dialetais não só regionais, mas também sociais. Além do mais, identificamos que, devido ao grande desequilíbrio econômico, há um forte preconceito linguístico que alimenta a crítica dos usuários da língua padrão em relação aos menos favorecidos, inclusive sem formação acadêmica, gerada como consequência das diferenças de recursos financeiros. Como linguistas, aceitamos e defendemos que todas as variedades de nossa língua têm o mesmo valor. No entanto, não somos ingênuas acerca de que há julgamento ou pré-julgamento político e social sobre o falar das pessoas, priorizando-se, assim, a variedade padrão. Obviamente, aspectos históricos têm fortes influências na definição da variedade padrão, mas não se apagam as influências econômicas, políticas e culturais. Com base neste contexto prévio, anunciamos o objetivo deste paper qual seja: refletir sobre a apropriação do falar regional pelo usário de outra variação a fim de estabelecer uma comunicação mais humanizadora e solidária.